“Cuidado com os falsos profetas! Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos selvagens” (Mateus 7:15 – Versão na Linguagem de Hoje). Este trecho do discurso de Jesus foi feito levando em consideração o contexto religioso tanto para os contemporâneos do Mestre quanto para o futuro.
A aplicação mais comum para este sermão, é sobre a atenção especial que se deve ter com pretensos ‘representantes de Cristo’ que, em nome de Deus, exploram a fé e o dinheiro alheio. Entretanto, o mesmo texto cai como uma luva se aplicado ao exército de gente que está nas ruas, disputando o voto dos eleitores que há muito tempo está descrente da política.
Apesar de estar tão desgostoso quanto o grande número de pessoas no Brasil e no mundo com aqueles que dizem ‘cuidar do bem do povo’, agarro-me a um fio de esperança de que ainda tem alguém que podemos nos aproximar. Não é possível que tenhamos 100% de candidatos que não prestam. Ainda tem jeito. Tem gente boa por aí, cujas intenções e ações são genuinamente cristãs e humanas, focadas no bem-estar do próximo, no crescimento da cidade e, por consequência, do país.
Mas, não é sempre assim. É preciso ter cuidado com quem bate em nossas portas, entope a caixa de correio, faz um barulho medonho com os carros de som e não têm escrúpulos em fazer promessas, coações, subornos etc.
Misturado com os bons candidatos –o trigo– tem um número expressivo de maus candidatos –o joio. O grande problema é saber quem presta e o quem não presta. Como discernir quem está sendo sincero? Como identificar entre o homem e a mulher de bem, com aquele que declina a cabeça sobre um travesseiro de maldade?
Pra discernir quem é quem, Jesus ensinou o segredo: “Vocês os conhecerão pelo que eles fazem”. Não adianta pautarmos nossa avaliação pelo que as pessoas dizem ou escrevem em panfleto (papel aceita tudo), precisamos observar suas ações. No caso desse batalhão de gente que está nas ruas em busca de votos, não basta ouvir os discursos do que querem fazer no futuro, é melhor saber o que fizeram no passado.
Quem quer ser representante do povo de fato não espera ser eleito vereador, por exemplo, para fazer alguma coisa por alguém. Se o desejo de ajudar é verdadeiro, não fingido, a pessoa procura ajudar ao próximo quer seja eleito ou não. Como bem escreveu Geraldo Vandré, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
Não adianta passar os três meses de campanha eleitoral fingindo ser amigo de todo mundo, importar-se com todo mundo, acenar e buzinar pra todo mundo. Chega a ser engraçado como nesta época, você é cumprimentado por uma porção de gente que nunca te viu na vida e, de repente, parece que conhece sua mãe, seu pai, até a sua sogra é amicíssima destes desconhecidos.
Como num passe de mágica aquele sujeito antipático, aquela sujeita prepotente, passam a ser tão simpáticos, tão humildes que parecem ter passado por um profundo processo de conversão religiosa e transformação do caráter. Mas, não nos iludamos!!! O que eles vestem é uma fantasia.
Como disse Jesus, por fora são ovelhas, mas, por dentro, são lobos devoradores. Por debaixo da capa existe uma pessoa dissimulada, mentirosa, gananciosa, interessada apenas no próprio bem-estar, o ventre deles é o próprio deus, como disse o apóstolo Paulo. A fantasia é de bem, mas a pele verdadeira exala o mal. O melhor mesmo é fazer o que Jesus recomendou e prestar atenção em seus frutos.